Quem não gosta de ganhar um presente?
- Dialogue Câmara de Mediação
- 5 de set. de 2023
- 2 min de leitura
Para nós mediadores de família, com o passar do tempo, fica cada vez mais cristalino que o problema trazido a tela pelos familiares é o topo do iceberg, pois o conflito carrega elementos bem mais profundos e com grande gama de complexidade de sentimentos que não são perceptives para eles. Assim, para os mediandos encontrarem o que vieram buscar na mediação, uma solução para um conflito real, muitos outros fatores têm que ser tratados.
A nós cabe recepcionar os mediandos com acolhimento e empatia. Embora seja importante que os mediandos sintam-se acolhidos, a empatia não pode ser confundida com outros sentimentos que induzam o mediador a buscar por si uma solução para o conflito. A resolução do problema apresentado necessariamente deve ser proposta pelos mediandos, a nós mediadores cabe utilizar as ferramentas da mediação para que os conflitantes encontrem a paz de espírito que vieram procurar.
A mediação exige energia emocional tanto dos mediandos como dos mediadores, porém para os últimos esta energia está atrelada ao lado profissional.
Para nós mediadores, é claro que o fato dos mediandos encontrarem uma solução para o conflito é gratificante, mas talvez não mais do que vê-los saírem de uma mesa de mediação melhor do que chegaram, pois isto significa que o nível da água baixou, boa parte do iceberg veio à tona e muitos dos sentimentos encobertos emergiram, além de identificar que os mediandos estão aptos a seguir suas vidas em condições de conversarem entre si e tratar no futuro aquilo que não foi constatado durante a mediação.
Quem não gosta de ganhar um presente? Pois a mediação é isso. Um grande presente que os mediandos se dão e a nós mediadores cabe ajudar a desembrulhar o pacote.





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